Especialista comenta sobre importância de cuidados voltados para a primeira infância, período que vai do nascimento até os 6 anos.
A primeira infância vai do nascimento até completar 6 anos. Nessa fase da vida, as experiências, estímulos e interações, afeto, cuidados e descobertas influenciam as crianças a alcançarem todo o seu potencial e se tornarem adultos mais saudáveis, equilibrados e contributivos à sociedade. Evidências para isso não faltam, porque nesses anos iniciais, o cérebro se desenvolve rapidamente e é mais maleável, assim, vem a tempo estimular habilidades cognitivas e de personalidade – raciocínio, imaginação, autocontrole e sociabilidade – necessárias para o sucesso na escola, saúde, carreira e na vida.
No Brasil, ainda existem muitos desafios que separam as crianças de um cenário onde elas possam desenvolver todo seu potencial. São obstáculos que envolvem a saúde pública, como a elevada proporção (70%) de óbitos por causas evitáveis e diminuição (de 13% para 8%) de ações para ‘promoção à saúde e atenção; problemas socioeconômicos, como o elevado risco de se expor à violência; desafios educacionais, como a dificuldade de obter uma vaga na creche, visto que apenas 26% das crianças mais vulneráveis conseguem acesso; além das questões políticas que não colocam a criança de até 6 anos como prioridade.
Contudo, a pauta da primeira infância tem conquistado espaço nos últimos anos. Esta crescente tem como percussor o economista americano James Heckman, ganhador do prêmio Nobel de Economia em 2000. Ao longo dos últimos dez anos, Heckman fez dezenas de análises sobre desenvolvimento infantil e comprovou que o investimento na primeira infância é uma estratégia eficaz para gerar resultados melhores na economia, saúde e educação. Assim, os cuidados nos anos iniciais da criança contribuem para um sucesso ou um fracasso de grande impacto na sociedade.
É nesse movimento que surge o Programa PIPA – Primeira Infância, Plantar Amor, uma iniciativa da empresa Viana & Moura Construções. O PIPA foi concebido em Caruaru (PE), no ano de 2018, como um projeto de visitação domiciliar para apoio ao desenvolvimento infantil aos filhos de colaboradores, com idade até 6 anos. Com visitas quinzenais, a equipe do programa levava às 33 famílias participantes, atividades multidisciplinares e personalizadas sobre saúde, nutrição e apoio socio-emocional. Após viver essa experiência até 2020, foram realizadas análises qualitativas e os resultados podem ser traduzidos na fala de Jucileide, mãe de Laura, 6 anos e Luísa, 1 ano: “O PIPA reforça o que a gente faz no dia a dia, agregando mais e trazendo mais atenção a esse cuidado básico. Acho que o conhecimento, as informações e as orientações que o projeto traz são muito importantes”.
Com a missão de alcançar um maior número de crianças, o PIPA começou sua transformação digital ainda em 2019. A chegada da pandemia da Covid-19 valida a mudança do comportamento tecnológico e fortalece estratégias virtuais para programas sociais.
Hoje, o PIPA, em parceria com a Joy Street do Porto Digital – empresa de Ensino a Distância (EaD) do pedagogo Luciano Meira, inova e cria um ambiente tecnológico formativo no desenvolvimento de habilidades e competências para cuidadores de crianças na primeira infância. A plataforma digital-responsiva compartilha trilhas de conteúdos interativos, alinhados com as dores que os cuidadores sentem em cada etapa do desenvolvimento infantil; além disso, conta com facilitadores sociais – psicólogos, assistentes sociais e pedagogos – no acompanhamento individual (virtual) das famílias; e, ainda, usa games com missões e desafios para estimular a aprendizagem.
O PIPA, como negócio social, está alinhado aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 da ONU (Nações Unidas). O programa usa a força do mercado para contribuir na solução de problemas pautados no desenvolvimento infantil, isso, porque acredita que crianças felizes e saudáveis são protagonistas para a evolução da humanidade e transformação para um mundo melhor.
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