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Enfrentando a desigualdade. Por Pedro Ivo Moura e Rogério de Melo Morais

Tamanho da economia e riqueza média do país não significam necessariamente mais qualidade de vida. Vejamos, por exemplo, os PIBs per capita dos Estados Unidos e da Noruega, ambos muito próximos, giram em torno de U$ 35 mil a U$ 40 mil anuais. No entanto, diferem dramaticamente no índice de problemas sociais: sendo o norueguês um dos mais baixos do mundo e o americano um dos mais altos entre as nações ricas (Wilkinson e Pickett).


O índice inclui questões básicas como expectativa de vida, alfabetização, mortalidade infantil, taxa de homicídios, população carcerária, gravidez na adolescência, depressão, obesidade, abuso de álcool e drogas e mobilidade social. E as evidências científicas apontam para a mesma causa potencializadora destes problemas: a desigualdade. Muitos economistas a elegem como o fator mais crítico da humanidade para o século XXI.


Segundo o pesquisador britânico Richard Wilkinson, o crescimento econômico parece ter feito, em termos de avanços civilizatórios, o que estava ao alcance; agora os dados apontam que “à medida que você adquire mais e mais de tudo, cada adição... contribui cada vez menos para o seu bem-estar”. Ou seja, corrobora com a lógica de que não é possível evoluir mais enquanto sociedade focando na competição e na acumulação, e sim na colaboração e compartilhamento, permitindo, assim, uma evolução coletiva sustentável.


Ao tomar consciência deste movimento, é possível decidir enfrentar o problema, criando medidas efetivas. Dentre diversos caminhos possíveis, um dos melhores investimentos sociais é na Primeira Infância (James Heckman, Nobel de Economia de 2000).


Como disse Raffi Cavoukian, fundador do Center for Child Honouring, mudar o começo da história, muda a história toda. Intervindo na base, podemos atenuar a geração de desigualdades já na partida, por diferenças no crescimento em virtude da ausência de algum elemento fundamental para o desenvolvimento infantil.


Além de garantir as mesmas oportunidades para todos, estamos falando de dignidade, de proporcionar um conjunto básico de direitos humanos para as crianças. É absolutamente inaceitável que, mesmo com recursos já existentes, ainda temos crianças sem acesso à escola ou morrendo por falta de saneamento.


É hora de criarmos uma nova realidade. É tempo de pactuarmos novos propósitos em prol da humanidade.





 
 
 

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